Feedback! Com: Jô Lima.

Muito mais que um rostinho lindo, Jô Lima tem conteúdo e é graças a isso  que TeenTação  já tem seus 2.132 seguidores, gente em busca de assuntos variados, de moda a música, do atual ao retrô, mas inegavelmente a jovem com raízes em Pedreiras- MA, se prepara para um voo ainda mais audacioso, encantar os leitores das páginas impressas tão bem quanto o faz em seu blog. Com exclusividade, Jô respondeu as inquietações do Óculos de Grau, na entrevista que você irá conferir agora ela fala sobre suas origens, inspirações, desafios e a expectativa do eminente lançamento de Postais, seu primeiro livro, previsto para 2014, dando detalhes sobre o mesmo. Então sente-se, vale um copo com suco ou uma xícara de café, ponha o óculos e veja Jô Lima mais de perto.

 

Quim Buckland: Hey Jô! Tudo bem? Para começo de conversa conte-nos um pouco sobre suas origens e o que mudou até aqui? 

Jô Lima: Oi leitores do Óculos de Grau, Bom, antes de mais nada, deixem eu me apresentar: 

Sou Josiany, mas podem me chamar de Jô, pedreirense de 21 anos, morando em SP desde que decidiu brincar de gente grande. Casada com os livros e amante do Jornalismo, sou louca por séries, filmes franceses e café. Blogueira há 5 anos no TeenTação, aspirante a escritora e conselheira amorosa nas horas vagas. Tenho origens simples e devido a elas aprendi desde sempre a dar valor as coisas simples da vida. 

Muita coisa mudou na minha vida desde que criei o blog até os dias de hoje. Passei da menina sem graça e tímida que se escondia do mundo atrás dos livros, para a menina que usou os livros para vencer a timidez e mostrar ao mundo o quanto ela é forte. 

Amadureci e abracei mesmo com medo as oportunidades que o blog me proporcionou. Viajei, troquei de estado, deixei amigos, família e amor para trás, abandonei a minha realidade par ir viver um sonho. Nem tudo foi fácil. Mas valeu a pena.

QB: Certamente você melhorou bastante desde sua primeira postagem no Teentação, mas à medida que evoluímos novos desafios surgem. De que forma o Blog tem te desafiado? O quanto isso tem te ajudado como pessoa e como profissional?

JL: Na verdade o blog me desafia a cada dia desde que o criei. O primeiro desafio foi me mostrar e me colocar a mercê das críticas de pessoas que não me conhecia verdadeiramente. Dei a cara pra bater e, eles me abraçaram (riso), claro que alguns me odiaram, mas foram pouco e as criticas me fizeram melhorar.

O segundo maior desafio que ele me propôs foi a mudança de estado. Vi que a medida que e crescia, o blog crescia também. Então as fases da minha vida estão todas lá. No inico textos mais melosos, depois a minha ida pra faculdade e logo em seguida a minha vinda para SP. Amadureci com ele, é parte de mim.

Ganhei visibilidade profissional com isso, mas ele me desenvolveu como pessoa também. Fiz contatos e amigos que contribuíram para o meu crescimento. Aprendi a respeitar o outro e a receber críticas de maneira favorável a mim. Vi que existem pessoas que se identificam comigo e com meu modo de pensar, e outras que se opõem a isso, foi aí que dei mais atenção aos textos e suas estruturas, sem perder a minha essência, claro. 

Melhorei como pessoa, aprendi a socializar, digamos assim. E tive oportunidades profissionais que sem dúvidas não teria se não tivesse arriscado vir até aqui.

QB: Na hora de colocar as ideias para fora, ainda vale papel e caneta ou vai direto para o Computador? Quais os seus ritos? Alguma trilha sonora ou mania? Inspirações?

JL: Eu sempre costumo ter ideias “brilhantes” quando estou muito ocupada, ou no meio da madrugada. Então, sempre que eu acordava no meio da noite com aquela ideia ecoando na mente, me dava conta de que não tinha como a nota-la. Aí aprendi a dormir com blocos de nota e caneta perto da cama (risos). Não saio de casa sem minha agenda, lá escrevo tudo, desde reuniões até aquela ideia maluca para um próximo post.

Quando estou em casa costumo escrever enquanto escuto Regina Spektor, adoro a voz daquela mulher. Mas a MPB também me inspira bastante. Tenho alma de velha, então músicas bem antigas sempre estão na minha playlist. Tenho uma banda preferida a cada semana. Ahahaha 

Em relação a inspiração, ela vem de basicamente tudo. Tudo inspira. Assim que cheguei a SP, como não conhecia ninguém, eu ficava sentada na escadaria do Teatro Municipal observando quem ia e quem vinha, e foi aí que escrevi fragmentos do que viria a se tornar meu livro: Postais.

QB: Num momento onde a internet se fada das mesmas palavras, idéias que não são novas, são cópias. O que você escreve é de fato relevante?

JL: Sempre tive diário, daqueles de papel mesmo sabe? Nele eu escrevia meus segredos, sonhos e angustias, mas chegou um momento em que escrever em meu diário não me satisfazia mais. Eu queria escrever algo que outras pessoas pudessem ler e mostrar seu ponto de vista também, foi aí que troquei meu diario de papel por um tal diário virtual chamado de Blog.

O que eu escrevo no blog/ redes sociais em geral são pensamentos meus. Meus amores ou desamores. Talvez isso não interesse a tanta gente, mas quem lê, está comigo desde 2009 quando criei o blog, já viraram amigos e, levam meus textos como relevantes diante do gênero com que escolhi trabalhar. Não sou a favor de cópias, quero sempre er a primeira. Cópias te tacham de cosplay de alguém e você acaba por não ter uma identidade totalmente sua. Prefiro que me copiem. Gosto de ter identidade e que me conheçam pelo meu modo de pensar/escrever/expressar.

QB: Conte-nos sobre Postais, o que os leitores podem esperar? Quem iremos conhecer? 

JL: Postais é meu primeiro livro, estava louca para falar sobre ele logo (risos). Assim que divulguei que havia escrito um livro e que iria publicar, muita gente veio falar comigo sobre isso. Leitores do blog amaram e apoiaram até que coloquei a sinopse na intenet e eles viram qie era um romance em torno de algo estranho para pessoas com menos de 27 anos de idade (risos) Você vai escrever sobre cartas? Não pode ser adaptado para e-mails? Mensagens assim me chegavam aos montes, Mas quando fui ambientando toda essa galera moderninha ao meu mundo vintage – para não chamar de antigo - , eles acabaram amando e aceitando o livro. O que me fez feliz ahahah.

E é exatamente isso que busco com o livro, Postais vem resgatar o romantismo da era das cartas e mostrar como elas deixam o mundo mais belo. Ninguém mais escreve em um papel declarações de amor eterno (ou não) e assina em baixo. Recebemos e-mails românticos, mas eles não vem carimbados com lágrimas de amor, nem com o perfume da pessoa amada. Isso todos vão viver ao ler Postais e serão convidados a viver isso novamente.

Os personagens são uns amores. Selina e Nicholas, os personagens principais já foram apresentados na página do facebook mas ainda tem as amigas de Sely e seus respectivos amores. Alguns serão amados loucamente – como Nicholas - e outros serão levado para a fogueira – como John-. Mas em resumo cada um a seu modo será especial.

 QB: Se identifica com algum personagem? 

JL: Cada personagem tem um pouquinho da minha personalidade, mas nenhum me representa por completo. Me identifico bastante om a Sely, mas não sou tão romântica quanto ela. Ahahaha.

QB: Num tempo de romances e mais romances, por que ler Postais? 

JL: Postais é uma obra, que vem tentar resgatar o romantismo da era das cartas, vem mostrar como elas deixavam o mundo mais belo. Ninguém mais escreve em um papel declarações de amor eterno (ou não) e assina em baixo. Recebemos e-mails românticos, mas eles não vem carimbados com lágrimas de amor, nem com o perfume da pessoa amada. 

Eu costumo dizer que as cartas tem uma magia que te transporta para outro mundo. Quando alguém ler uma carta/Postal, consegue nitidamente escutar a voz da pessoa que escreveu e ver esta pessoa falando exatamente o que está escrito. Isso é ou não algo maravilhoso?

QB: Mesmo antes do lançamento a obra já foi representada durante sua participação no Encontro Literário- SP, estamos ansiosos para sabermos como foi essa experiência ao lado de Renan Carvalho, Denise Flaiban e outros .

JL: Tenho que dizer que sou leitora desses lindos e quando fiquei sabendo que eles estariam no mesmo evento que eu, tive uma crise de felicidade, tipo:“estarei ao lado deles” e, logo depois uma crise, tipo:” não precisam de mim quando tem Denise, Renan, Willian, Mari e Ana no evento”. Eles são ótimos escritores e não tinha como não ficar feliz por estar com eles. O evento foi lindo e duplamente importante para mim, primeiro porque foi meu primeiro evento como autora e, segundo por ter conhecido tanta gente interessante e criado laços de amizade. Livros fazem amigos, acreditem. 

QB: O público pedreirense pode esperar um lançamento por essas bandas?

JL: Pedreiras está nos meus planos sempre. Minha mãe já está arrumando tudo para que aconteça algo legal por aí e, claro, eu estou ansiosa para rever a cidade e dividir essa felicidade e realização de um sonho com todos vocês.

QB: Postais é só o começo? Novas ideias surgem? 

JL: Sim! Postais serviu para que eu descobrisse o quanto eu amo escrever e como isso me faz feliz. Ver pessoas se reunindo para conversar e criando laços de amizade por conta de uma história que você criou, é gratificante. Esse evento me permitiu ver o quanto eu amo escrever e como quero fazer isso pelo resto da minha vida. Já tenho novos projetos, inclusive comecei as pesquisas de campo para meu próximo livro e Marina, uma amiga escritora que eu amo já me convidou para desenvolver um projeto literário com ela. Temos trabalho até 2015, pelo visto! Ahahahah Aguardem e Leiam Postais, já deixaram lugar para ele na estante ou do lado da cabeceira da cama? Ele vai precisar de leitores lindos como vocês para amá-lo. 

Entrevistada por:

Quim Buckland

Fotógrafo e Designer