E o que dizer do Parque Ibiapaba com suas rodas gigantes, barcão, a Monga, cavalinhos e bolas coloridas? Atrevo-me a dizer que foi e continua sendo parte da infância de muitas crianças, em nossa época bem mais emblemática já que dividia espaço com as barracas do mercado central, como ir ali tinha um significado, ainda mais ao lado do pai, que sempre voltava pra casa com uma maçã do amor depois de haver perdido uns trocados com um jogo de dados em um balde.
O tempo passa, você cresce, o parque muda de lugar, mas a diversão é a mesma, contudo a infância se foi e você passa a ser mais crítico, sem mais delongas no último domingo fui dar uma conferida nos preparativos do parque, grande parte dos brinquedos estavam de pé, outros ainda sendo montados, aproveitei para fotografar quem talvez se divirta de forma diferente, trabalhando de forma ilegal, pelo menos no tocante a forma como esse se dá.
A partir das fotos que evidenciam a falta de proteção necessária para a segurança dos trabalhadores perguntas a respeito de direitos trabalhistas surgem: Ganham pelo menos um salário mínimo? A carteira foi assinada? Férias são respeitas...? Com a falta de algo tão básico, acredito que não, contudo, espanta-me o sorriso no rosto jovem desses operários da diversão.
Mesmo num lugar tão marcante como o parque nem tudo é alegria, da exploração de alguns custa à alegria de crianças, adultos e o lucro do patrão, tradições são importantes, pessoas mais ainda, divertido será quando de fato houver o devido equilíbrio nesse contexto.
